MERCADO LIVRE

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

RPMG4 - Estou investindo bem aqui. Espero ter o objetivo de 2,00 em breve. Olho nela !!!

Manguinhos se reinventa

Após passar por um período turbulento, quando teve de interromper o processamento de petróleo bruto, em 2006, a Refinaria de Petróleos de Manguinhos (RPM) – a última refinaria 100% privada de porte no país – parece ressurgir com ares promissores. A partir de 2008, quando foi adquirida pelo grupo Andrade Magro por R$ 7 milhões – R$ 2 milhões pelas ações e R$ 5 milhões para amortizar uma antiga dívida da refinaria com a Repsol –, uma nova estratégia foi desenhada para que a unidade voltasse a crescer e atrair parceiros. De lá para cá, já foram aplicados R$ 40 milhões.

O primeiro passo foi a retomada do processamento de petróleo. Após conseguir autorização da ANP para retornar à atividade de refino, Manguinhos voltou a operar no início de agosto, a partir de uma carga de 20 mil m³ de condensados vinda do Golfo do México. A capacidade atual de processamento autorizada pela agência é de 15 mil barris/dia. A refinaria, porém, espera chegar em breve a 20 mil barris diários mediante nova autorização do órgão regulador, explica Paulo Henrique Menezes, superintendente da RPM.

Para reencontrar o caminho do crescimento, a empresa aposta suas fichas em uma linha de produtos diferenciados, que tenham forte demanda e baixa ou nenhuma concorrência direta. “Podemos dizer que o projeto de refino é o coração da companhia. Buscamos nele criar a ‘Manguinhos Boutique’. Ou seja, ter uma carteira de produtos para o mercado que a Petrobras, por exemplo, não produz ou não consegue atender plenamente”, afirma o executivo.

Assim, a partir dos condensados do Golfo do México será produzida gasolina com alta octanagem, similar à gasolina Podium da Petrobras, um produto na linha premium com grande potencial de crescimento. Além disso, produtos específicos pouco encontrados no mercado nacional serão fabricados em Manguinhos, como o etano – usado na indústria química, em componentes de colas e solventes – e fluidos utilizados em sondas de perfuração, não fabricados no país. 

Na prática, a intenção da companhia é obter ganhos relevantes em segmentos de produtos específicos que as empresas acabam precisando procurar fora do Brasil. “Um exemplo é o fluido para sondas de perfuração. Como não é fabricado aqui, a Petrobras tem de importá-lo. E isso com certeza eleva seus custos”, explica Menezes. 

Manguinhos produzirá os fluidos de perfuração e outros produtos, como gasolina de aviação, a partir de GLP. Isso explica porque, também em agosto, a refinaria avançou no processo de buscar novos parceiros assinando um acordo com o grupo Ultra, no valor de US$ 400 milhões, com duração de cinco anos, para fornecimento do combustível.

Para o diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe, a volta de Manguinhos ao refino é importante, pois mostra uma demanda de mercado. “Manguinhos se recupera em um momento favorável, no qual o mercado de derivados está bastante aquecido”, ressalta.

Ao encontro da Petrobras

Apesar de uma das razões para o declínio operacional e financeiro de Manguinhos, no início da década, ter sido a concorrência desigual enfrentada pela companhia diante da Petrobras, dona do maior parque de refino do país, Menezes garante que, ao contrário do que possa parecer, “a empresa está se posicionando ao encontro da Petrobras, e não de encontro a ela”. O executivo ressalta que, além da relação cliente-fornecedor, pretende ser um parceiro da petroleira gigante. 

Prova disso é o protocolo de intenções assinado pelas duas empresas em junho. Segundo nota divulgada pela Petrobras, o acordo tem como objetivo “identificar oportunidades de negócios e possibilitar parcerias nas áreas de refino, incluindo a modernização de instalações operacionais da refinaria”. 

A aproximação entre as empresas ocorreu, segundo Menezes, após a Petrobras perceber oportunidades de negócio em conjunto. “A Petrobras tomou conhecimento do que estávamos desenvolvendo e entendeu que podia participar como parceira, já que temos projetos interessantes de refino”, diz o executivo.

Biodiesel e eletricidade

A nova estratégia adotada levou Manguinhos a diversificar suas operações. Um dos primeiros projetos elaborados pela direção foi a implantação de uma planta de biodiesel. Com tancagem de 215 mil m³, a unidade já está pronta para operar, faltando somente reativar licenças. “Precisamos fazer algumas adequações exigidas pela ANP. Estamos apenas aguardando a agência nos dar a autorização para começar a produzir”, afirma Menezes. 

O executivo esclarece que a produção de biodiesel de Manguinhos será capaz de atender de 80% a 85% da necessidade do estado do Rio de Janeiro. “Como há a obrigatoriedade mínima da mistura do biodiesel no diesel, temos mercado para nosso produto.” 

Além do biodiesel, Manguinhos também analisa a implantação de uma termelétrica de 200 MW. Um protocolo de intenções foi assinado com a empresa Multiner para estudos de viabilidade técnica e financeira. O objetivo é identificar a real capacidade de geração da nova usina e sua distribuição. 

Três geradores instalados na planta industrial da refinaria e que não eram utilizados poderão ser aproveitados no novo empreendimento. A comercialização da energia, caso a planta saia realmente do papel, ainda não foi definida. Ou seja, os empreendedores ainda não sabem se venderão a energia em leilões para o mercado regulado ou no mercado livre.

Um comentário:

  1. Na revista aonde saiu isto tambem diz estar RPMG3 muito valorizada.Que acha disso?

    ResponderExcluir