MERCADO LIVRE

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

RCSL4 e GAZO4

Duas que estão com preços ótimos para compra.

Estudem, na minha opinião vale a pena a entrada. É de quem chegar primeiro, rsrs.

IGBR3 - Olhoooooo no boookkkkk !!!

As ações da Gradiente voltarão a ser negociadas HOJE  na Bovespa.

IGBR3 - Para estudarmos.

A tenacidade de Eugênio Staub derruba previsões. E a marca Gradiente vai voltar ao mercado por meio de uma nova empresa, a Compania Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD).
Essa companhia vai arrendar ativos da Gradiente, que por sua vez usará esses recursos para quitar suas dívidas, tanto as fiscais como as com fornecedores, que chegam hoje a R$ 385 milhões. "Já renegociamos com 70% dos nossos fornecedores e vamos registrar isto amanhã (hoje) na Justiça", disse Staub, ontem. As pendências fiscais estão sendo registradas no Refis, o programa de recuperação fiscal do governo.

O fato é que a vida da Gradiente teve vários percalços, sempre superados. Esse seria mais um? "Sem dúvida. A Gradiente teve percalços inerentes ao ramo, como a chegada dos japoneses, a chegada da Zona Franca de Manaus, a chegada dos coreanos e todas as flutuações da economia. Mas ela teve mais sucesso que percalços. E por isso ela chegou aonde chegou", ressalva o empresário. "Trabalhamos com muita perseverança e austeridade para superar essa nova crise."

Durante um ano e meio, Staub brigou para tentar ressuscitar a marca. Dizia-se que o presidente Lula iria ajudá-lo por ter recebido seu apoio durante a sua primeira eleição. "A minha relação com o presidente Lula é uma relação de alguém que no momento exato, nas eleições, achou que deveria apoiá-lo como pessoa física. E essa decisão de apoiá-lo naquele momento é uma decisão da qual me orgulho, sem nenhum arrependimento. Eu não me sentiria à vontade de pedir para o presidente Lula uma ajuda. Ele não me deve nada", registra o empresário, que diz também não ter tido apoio do BNDES. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como está a Gradiente hoje?

A empresa trabalha há dezoito meses em um plano que cria condições para a volta da marca ao mercado. Ele engloba solucionar pendências da Gradiente e criar as condições para voltar a trabalhar. Temos de resolver o problema do passivo fiscal, que não é grande, mas precisa ser resolvido, e resolver as pendências com credores, de R$ 385 milhões.


Quando o sr. fechou esse plano?

Agora. A primeira etapa resolve as pendências fiscais e fizemos isso pelo registro no Refis - estamos aguardando o fisco fazer a consolidação da dívida. Depois dos benefícios do Refis, calculamos que a dívida deve fechar em R$ 90 milhões.

E os credores?

Isso também está resolvido. Fizemos um acordo com os principais credores, que representam algo como 70% da nossa dívida. O próximo passo é fazer um registro judicial desse acordo que está sendo providenciado para esta quarta-feira. Esse registro chama-se recuperação extrajudicial. Trata-se de um instrumento legal muito pouco usado no País. É diferente de outros tipos de recuperação porque ele pressupõe um acordo anterior com os credores. Primeiro negocia-se um plano que é aprovado pela maior parte dos credores. Aí você faz um registro na Justiça para tornar esse acordo legalmente "implementável".

Como a Gradiente vai pagar?

A empresa vai pagar os credores em nove anos, com dois anos de carência e sete anos para amortizar. Como isso vai ser feito: com receitas que a Gradiente vai receber de uma empresa que estamos criando, a Companhia Brasileira de Tecnologia Digital. A CBTD vai arrendar ativos da Gradiente e pagar por eles. A Gradiente, por sua vez, vai pagar seus credores com esses recursos.

Qual a diferença entre recuperação judicial e extrajudicial?

A recuperação judicial é uma forma de acerto de passivos que sucedeu a concordata. E a extrajudicial é uma forma nova, que permite que a empresa faça seu plano, converse com os credores e acerte como vai pagar. Só depois é que faz o registro na Justiça. E desses credores maiores nós tivemos grande apoio e compreensão, porque tivemos a preocupação de não dar nenhum prejuízo a quem confiou na Gradiente. O que estamos fazendo é alongar a dívida com um acordo, pagando a eles o valor integral da dívida, com juros e uma pequena correção. Nós vamos pagar CDI mais 0,67% ao ano.

O que acontece com os credores que não aderiram?

Os que não aderiram é porque não foram abordados ou porque não têm dívida relevante com a Gradiente. Esses estarão abrangidos pelo acordo da maioria. A legislação nova permitiu sair da situação do córner, em que o credor menor impedia a operação de uma empresa. Com a legislação nova e inteligente, a maioria dos credores decide o destino da companhia e dos créditos de todos.

E o futuro?

Isso tudo foi feito para permitir que a marca Gradiente voltasse ao mercado. A nova empresa, a CBTD, vai arrendar a marca Gradiente, que é o nosso principal ativo, e outros ativos operacionais importantes. A estratégia é focar em pouquíssimos produtos: basicamente notebooks e LCD.


Quem serão os sócios desta nova empresa?

Muito importante nesse contexto é que nós estamos contando com assessoria de bons advogados, do escritório Souza, Cescon Avedissian, Barrieu e Flesch e do Renato Mange Advogados. Na parte econômica está o Banco Bradesco de Investimentos (BBI), que examinou nosso plano e procurou investidores. A relação com os credores foi feita pela Gradiente. E a nova empresa está nas mãos desses novos assessores. Falta completar - e isso está nos trâmites finais - é a capitalização nova, que virá de três ou quatro investidores. Uma é multinacional do setor (segundo o Estado apurou, trata-se da americana Jabil). Os outros, investidores financeiros. Não podemos revelar nomes ainda, porque não está fechado.

Que montante eles vão aportar?

Não é muito. A empresa vai começar com um capital inicial de R$ 75 milhões.

O BNDES é um dos novos sócios?

Não. Nesta recuperação que estamos fazendo não tem governo. O projeto não precisou do BNDES, nosso acordo foi privado, está sendo feito por entidades privadas.

Nesse tempo todo, a Gradiente chegou a pedir ajuda ao presidente Lula?

Não, a gente precisa deixar bem claro: a minha relação com o presidente Lula é uma relação de alguém que, no momento exato, nas eleições, achou que deveria apoiá-lo como pessoa física. E essa decisão de apoiá-lo naquele momento é uma decisão da qual me orgulho, sem nenhum arrependimento, e tenho até a satisfação íntima de achar que estava certo, foi uma decisão consciente que eu acho que tomei na hora certa. Eu não me sentiria à vontade de pedir para o presidente Lula uma ajuda. Ele não me deve nada.

Porque a Gradiente chegou à situação que chegou?

Por diversas razões, mas a principal delas foi a aquisição de uma outra empresa, a Philco, em 2005. Essa compra acabou aumentando o endividamento da Gradiente e depois, na Copa do Mundo de 2006, houve uma grande queda de mercado, quando os preços caíram muito e quando um dos concorrentes fez dumping. Essa empresa coreana fez isso porque tinha vantagem fiscal que dava a ela condição de engolir os outros. Isso gerou uma situação de estresse em uma empresa muito alavancada.

Como vai ser a governança na nova empresa?

Será diferente. A CBTD terá administração profissional. Seu presidente vai ser contratado no mercado, bem como toda a diretoria. Essa diretoria terá autonomia para operar. O conselho terá cinco membros: um independente, dois indicados pelos novos sócios e dois indicados pelos sócios da Gradiente. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.