Atenas optou por pagar 435 milhões de euros (552 milhões de dólares) de títulos com vencimento em 15 de maio a detentores que haviam se recusado a trocar a dívida, apesar de a Grécia insistir na ocasião da oferta anterior, em março, que todos que refutassem a proposta não receberiam nada.
A decisão evita litígios com os detentores de títulos em um momento em que a Grécia enfrenta um desarranjo político profundo depois de uma eleição parlamentar inconclusiva. Mas Atenas vai enfurecer os 96,9 por cento dos credores, principalmente bancos europeus, que aceitaram o acordo anterior.
Isso também significa grandes lucros para os fundos de hedge, que agora serão pagos integralmente. Alguns gregos podem estar raivosos por tal uso do dinheiro em um momento de graves cortes.
"Era uma coisa sensível a se fazer. Por que deixar o país ser levado aos tribunais por apenas 430 milhões?", afirmou um banqueiro sênior grego que pediu para não ser identificado.
Uma autoridade do banco central afirmou à Reuters que o dinheiro foi pago aos detentores de títulos nesta terça-feira.
O não pagamento dos títulos com vencimento nesta terça-feira poderia ter engatilhado a aplicação das chamadas cláusulas de inadimplência cruzada, significando que detentores de outros títulos sob lei estrangeira, e que também não houvessem sido trocados, poderiam demandar pagamento imediato.
Um integrante do governo grego que também pediu para não ser identificado disse à Reuters que cerca de 4 bilhões de euros poderiam estar sujeitos à cláusula de inadimplência cruzada.
O ministro das Finanças da Grécia declarou que a decisão de pagar os bônus não "prejudica futuras decisões sobre o tratamento das obrigações remanescentes que não foram oferecidas para swap."
(Reportagem de Renee Maltezou, com George Georgiopoulos, Lefteris Papadimas, Sophie Sassard e Tommy Wilkes)
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