MERCADO LIVRE

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

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Refinaria de Manguinhos pode ser área de armazenagem de óleo

Única refinaria do País não controlada pela Petrobrás pode abandonar atividade e ser vendida para grupos que estão no pré-sal  

04 de janeiro de 2011 | 22h 30

 O Estado de S. Paulo
RIO - Única no País a não fazer parte do patrimônio da Petrobrás, a Refinaria de Manguinhos pode deixar de lado sua atividade principal e passar a ser uma opção de armazenamento de óleo do pré-sal. Sócios da estatal nas áreas do pré-sal da Bacia de Santos estariam, segundo fontes, negociando a compra da unidade por cerca de US$ 500 milhões.
Hoje, a companhia deve anunciar o primeiro passo desta negociação ao mercado: a assinatura de contrato com uma das maiores tradings mundiais no comércio de combustíveis para avaliação de seu parque industrial. O estudo sobre o melhor aproveitamento de Manguinhos deverá ser realizado durante os próximos seis meses. No contrato, também está previsto que, numa futura venda da refinaria ou mesmo formação de joint venture, a trading teria participação no negócio.
Segundo o Estado apurou, no páreo para a compra da unidade ou para uma joint venture estão a espanhola Repsol e a britânica BG. Há ainda na disputa a OGX, do empresário Eike Batista, que já antevê dificuldades em colocar no mercado nacional ou internacional o óleo que será produzido em suas áreas exploratórias, diante do monopólio da Petrobrás no refino.
Acordo
A britânica BG seria a mais avançada na negociação. A ideia é que sua parcela de óleo retirada da Bacia de Santos seja tratada no País, com a eliminação do excesso de sal, e só depois transportada para o mercado externo.
Com a entrada em operação do projeto-piloto de Tupi, que vai produzir 100 mil barris em 2011, a companhia passa a ter papel efetivo na produção nacional e a armazenagem local vira uma urgência. A empresa possui 25% do bloco BM-S-11, onde estão os poços Tupi, Iara e Iracema.
Com o armazenamento em Manguinhos, fontes do mercado acreditam que a companhia poderia reduzir em até US$ 10 o custo de tratamento e de transporte do barril de petróleo, em relação ao que paga hoje para a Petrobrás. "Hoje não há alternativas e as sócias estão dependentes da Petrobrás para fazer a operação", comentou uma fonte do mercado. A BG não confirma a negociação oficialmente.
Áreas no Espírito Santo e em Santa Catarina também chegaram a ser avaliadas para esse tipo de armazenamento, mas, segundo as fontes, Manguinhos teria a estrutura já instalada e com possibilidades de iniciar esse tipo de operação no curto prazo.
O mercado estima que seriam necessários mais US$ 150 milhões, além do valor da venda, para viabilizar a unidade para o tratamento do óleo, além da possibilidade de aumentar em três vezes a capacidade de armazenamento atual, de um milhão de barris.
As maiores tradings hoje existentes no mercado mundial de combustíveis são a Glencore e a Astra, mas a primeira tem um perfil mais conservador, enquanto a segunda já possui experiência na operação de refinarias de pequeno porte.
Atualmente, as companhias que produzem em grande escala no Brasil, como Shell, Chevron e Devon, entre outras, exportam suas produções diretamente para áreas de tancagem no exterior.