Para tentar reativar sua economia, que atravessa a maior
desaceleração em três anos, o governo chinês aprovou um pacote de 60
projetos de infraestrutura, avaliados em mais de US$ 150 bilhões. Para
analistas, o movimento dá esperanças de que o país, que tem sido uma
espécie de motor do crescimento global nos últimos anos, volte a
apresentar uma tendência de retomada no quarto trimestre.
O
desempenho da economia chinesa tem sido acompanhado com "lupa" no
Brasil. A desaceleração do gigante asiático derrubou os preços do
minério de ferro, principal produto da balança comercial brasileira. De
janeiro a agosto, as vendas externas do produto já caíram 24%.
Na
semana passada, o governo brasileiro abandonou a meta de exportar US$
264 bilhões este ano, o que significaria um crescimento de apenas 3%. De
janeiro a agosto, as exportações brasileiras recuaram 4,8% e crescem as
chances de queda no ano. Se o pacote chinês for bem-sucedido, essa
tendência pode mudar.
Entre os projetos aprovados pelo governo
chinês estão 25 novas linhas de metrô e 13 rodovias, que vão cobrir
milhares de quilômetros em todo o país. "Além do grande tamanho dos
projetos, os anúncios foram todos feitos nos últimos dois dias, o que
trouxe muito impacto", disse ontem Zhang Zhiwei, analista da corretora
Nomura em Hong Kong. "É sinal de uma mudança na orientação da política,
que agora é muito mais proativa."
Os anúncios dos projetos de
infraestrutura chegam em um momento delicado para a China. Amanhã, serão
divulgados novos dados da economia do país que, segundo analistas,
devem confirmar os temores de que a economia local desacelerou pelo
sétimo trimestre consecutivo.
Apesar de relevante, o pacote de
investimentos anunciado agora é muito menor que o lançado em 2008 e 2009
para conter os efeitos da crise global desencadeada com as quebras de
bancos nos Estados Unidos. Naquela época, o estímulo à economia no país
asiático chegou a impressionantes US$ 630 bilhões.
A experiência,
porém, deixou a segunda maior economia do mundo com uma pilha de débitos
considerados difíceis de receber, o que fez com que o governo, desta
vez, adotasse um tom mais cauteloso nas medidas.
Para corrigir
distorções na sua economia, a China também vem tentando deslocar o seu
eixo de crescimento dos investimentos e da exportação para o consumo
interno. O novo pacote de incentivo à infraestrutura vai na contramão
desse esforço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
sábado, 8 de setembro de 2012
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