MERCADO LIVRE

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

IGBR3 - Vem aí a NOVA GRADIENTE

Após ter anunciado plano de recuperação extrajudicial nesta quarta-feira (9/12), por meio de fato relevante, a Gradiente volta à cena em 2010, de olho em produtos de alto valor agregado. De acordo com o analista da consultoria IT Data, Ivair Rodrigues, a fabricante sinalizou há dois meses intenção de estrear no mercado com a produção de notebooks, já sob a operação da nova empresa CBTD (Companhia Brasileira de Tecnologia Digital).
“Acredito que eles não devem usar a fábrica em Manaus que teve produção interrompida por quase três anos”, afirma Rodrigues. Para ele, produzir localmente eletroeletrônicos no Brasil, por exemplo, é algo proibitivo, sobretudo pela forte concorrência dos produtos importados da China.
Além de computadores portáteis, especula-se que a Gradiente pretende retomar a fabricação de televisores LCD. No caso dos laptops, o analista afirma que a companhia precisa de fôlego financeiro para brigar no mercado local e se manter competitiva. “Produzir notebooks não é algo tão simples assim quanto fabricar PCs”, ressalta Rodrigues.



No Brasil, além do custo maior de fabricação local em relação aos computadores, os notebooks têm a desvantagem de brigar com os equipamento importados (muitos, inclusive, entram sem declarar à Receita Federal).
O mercado de notebooks no País, segundo a consultoria IDC, é um dos mais promissores. A expectativa é que já no quarto trimestre deste ano os laptops superem o número de desktops vendidos no varejo nacional. No terceiro trimestre de 2009 foram comercializados 1,37 milhão de computadores, dos quais metade são portáteis.
Mesmo diante de um cenário positivo, resta a dúvida se a Gradiente de fato terá poder de fogo. A companhia possui uma dívida 385 milhões de reais com bancos e fornecedores que, segundo comunicado ao mercado, foi renegociada em sua totalidade com os credores, sem desconto e com acréscimo de juros.
Sobre possíveis danos à marca, Rodrigues não vê grandes problemas. “As pessoas sempre viram a Gradiente como marca de qualidade”, diz.
Recuperação extrajudicial
Para aproveitar os benefícios da nova Lei de Falência - que está em vigor desde 2004 e ajuda empresas em situação pré-falimentar a se reerguerem -, a fabricante de eletroeletrônicos tenta resolver o impasse de suas dívidas e, a partir da nova empresa atrair crédito.

Segundo o sócio do escritório de advocacia Leite, Tosto e Barros Advogados, Charles Isidoro Gruenberg, a estratégia de recuperação extrajudicial vai trazer maior transparência sobre os números da empresa e o tamanho de seu endividamento.
“A análise de crédito se torna mais simples nesses casos”, diz o advogado. Mas ele alerta que “o plano precisa ser homologado em juízo para ter efeito legal”. O processo de recuperação extrajudicial não contempla, entretanto, os acordos trabalhistas e prevê que tenha aceitação de 2/3 dos credores. A Gradiente anunciou que 60% deles bateram o martelo.
Crise
Desde 2007, a Gradiente enfrenta uma crise financeira que a fez desaparecer do mercado, depois de uma série de erros, muitos deles cometidos há mais de dez anos. Para tentar minimizar a situação, a empresa buscou empréstimo, no início do ano, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para retomar a produção de sua fábrica em Manaus, mas não obteve sucesso. A nova empresa nasce com aporte de 75 milhões de reais vindo de investidores.

http://computerworld.uol.com.br/negocios/2009/12/09/nova-gradiente-pode-entrar-no-mercado-de-notebook/

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