MERCADO LIVRE

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ESTR4 - Tenho avisado, olho nela !!!

Jogos de tabuleiro ganham novas versões e viram pretexto para balada diferente em SP

“Banco Imobiliário e Jogo da Vida” ganham versões atualizadas e politicamente corretas; entusiastas dos jogos se reúnem em bar na capital paulista

Diego Sapia Maia

Jogo ganhou edição politicamente correta
Jogo ganhou edição politicamente correta

“Banco Imobiliário”, “War”, “Jogo da Vida”, “Detetive”, “Imagem & Ação”, “Cara a Cara”. Que atire o primeiro peão quem nunca passou a madrugada com os amigos disputando partidas emocionantes de jogos de tabuleiro clássicos.

Marcos dos anos 70 e 80, alguns desses brinquedos chegam a 2009 com incontáveis versões nas lojas – mudam as aparências, mas a fórmula responsável pelo sucesso dos jogos permanece a mesma. “Jogos de tabuleiro nunca saíram de moda”, afirma Carlos Tilkian, presidente da Brinquedos Estrelas, responsável no Brasil pelas edições do “Banco Imobiliário”, “Jogo da Vida”, “Detetive’ e outros. “O que acontece é um ‘revival permanente’, por assim dizer”.

Para manter o consumidor, principalmente o mais jovem, interessado em brinquedos que divertiam seus pais há 20, 30 anos, os fabricantes reeditam alguns de seus clássicos com licenças de personagens de desenho animado ou em versões mais jovens, simplificadas. O “Banco Imobiliário” da Estrela, por exemplo, ganhou versões com “Bob Esponja”, “Disney Pixar”, “Turma da Mônica” e “Simpsons”. “Damos novas roupagens, mas mantemos a mecânica básica do jogo”, explica Tilkian.

Veja fotos de jogos de tabuleiro, clássicos e atuais

Em 2008, a Estrela também lançou versões “politicamente corretas” de dois de seus maiores sucessos. O “Banco Imobiliário” ganhou uma versão “Sustentável”, todo feito em papel reciclável e com peças de plástico de cana-de-açúcar (plástico verde). As propriedades que os jogadores comercializam foram substituídas por unidades de conservação ambiental. O “Jogo da Vida”, por sua vez, ganhou a versão “Jogo da Vida Feliz”. Símbolo de “fracasso” na versão original do jogo, os filósofos já podem respirar aliviados: as disputas por sucesso profissional deram lugar a uma partida em busca de qualidade de vida. “Esses instrumentos atualizam os jogos e fazem o consumidor voltar a eles”, conta Tilkian.

A concorrência com videogames e web parece não abalar o setor. De acordo com Tilkian, jogos de tabuleiro formam o filão que mais cresceu dentro do segmento de brinquedos em 2008. “Banco Imobiliário”, “Jogo da Vida”, “Detetive”, “Combate” e “Cilada” são os maiores hits da empresa nesse setor. “A nossa percepção é a de que games não substituem os jogos. São um complemento. Não houve queda nas vendas, elas ainda são impressionantes. Jogos são os brinquedos que menos sofrem com web e games”, garante.

412 jogos no cardápio

Passar madrugadas com os amigos em torno de algum jogo de tabuleiro virou negócio que atrai todo tipo de público em São Paulo. Que o diga Lucy Raposo, dona do Ludus - Bar, Café & Luderia, inaugurado em junho de 2007. Disponibilizando 412 jogos aos clientes de seu bar (além de, claro, muitos drinques e petiscos), a proprietária vê o público do lugar variar entre executivos de 50 anos de idade e crianças pequenas acompanhadas dos pais, dependendo do dia. Aos domingos, famílias inteiras divertem-se com os brinquedos. Aos sábados, universitários e jovens adultos dominam o cenário do bar.

A publicitária Juliana Garcia Sales, 27 anos, troca uma balada por uma noite com os amigos na luderia sempre que pode. “Quando era criança, gostava do ‘Jogo da Vida’. Jogava muito ‘Cara a Cara’ também”, conta. Mas, no bar, ela deixa os clássicos de lado e experimenta algum jogo mais desconhecido do cardápio, muitas vezes seguindo as indicações dos monitores, que também ensinam as regras aos clientes: “Tem um que eu recomendo: ’Jungle Speed’. É um jogo de cartas com figuras geométricas. Se sair carta igual na mesa, os donos das cartas tentam pegar o bastão de madeira que fica no centro. As imagens são tão parecidas que é fácil pegar o bastão por engano”, explica.

Lucy arrisca uma explicação para o sucesso da empreitada: “Na era dos games, as pessoas ficam muito sozinhas na frente da TV ou do computador. Os jogos propiciam socialização, com todo mundo reunido em torno de uma mesa”, conta a proprietária, que começou a colecionar jogos de tabuleiro ainda criança. Muitos dos jogos disponíveis no Ludus são de seu acervo pessoal - vários deles importados ou raros, como o “War” de lata e “Diplomacia”.













http://www.abril.com.br/noticias/diversao/jogos-tabuleiro-ganham-novas-versoes-viram-pretexto-balada-diferente-sp-415919.shtml

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