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terça-feira, 27 de abril de 2010

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Análise: percepção de que crise se aprofunda na Europa afeta nosso mercado?




Recomendar!Por: Equipe InfoMoney

27/04/10 - 16h38

InfoMoney







SÃO PAULO – A forte reação dos mercados aos eventos recentes na Europa, com o rebaixamento, pela agência Standard & Poor´s, das classificações de risco da Grécia (perda de três níveis, para BB+, já abaixo da categoria de investimento) e de Portugal (dois degraus, para A-, o segundo pior da Zona do Euro) não chega a surpreender. O que é uma surpresa é como o mercado não parecia apreçar este fator de risco, já tornado evidente por muitos analistas, que já apontavam que a Grécia não resolveria a situação sem elevado risco de moratória.



Outra surpresa foi o silêncio das agências de classificação de risco (ao menos até agora) sobre outros países europeus também em dificuldades, como Espanha e Irlanda. O maior fator de risco da situação grega e do já aparente contágio em Portugal é que a situação se deteriore ao ponto de incluir economias de maior porte – leia-se Espanha – e colocar em risco a viabilidade do Euro como moeda comum.



Vale lembrar, porém, que, se as agências não se pronunciaram, o mercado já se moveu. O indíce IBEX-35 da Bolsa de Madrid registrou queda de 4,19% nesta terça-feira, a terceira maior do dia na Europa, somente menos intensa que os tombos de 6% e de 5,36% registrados em Atenas e Lisboa, respectivamente.



Maior percepção de risco

O primeiro impacto da notícia foi sobre ativos considerados de maior risco. Não chega a ser surpresa a reação que levou os CDSs (credit default swaps) de cinco anos da Grécia a um nível (próximo de 800 pontos-base) nunca visto desde a adoção do Euro e acima dos patamares atuais de Venezuela e Argentina. Vale destacar que níveis neste patamar embutem uma probabilidade de moratória de cerca de 46%.



Mas o impacto não ficou restrito à Grécia. Portugal registrou um aumento, de 45 pontos-base ou 14,6%, nos prêmios de CDS, assim como praticamente todos os governos europeus fora da categoria de risco AAA. Também bancos foram penalizados, não somente no sul da Europa, mas também na Grã Bretanha, Itália, Alemanha e França. O maior temor que o mercado tinha em relação à crise grega, o contágio para outros segmentos, parece estar ocorrendo.



Impactos no Brasil

Uma maior percepção mundial de risco também afeta o preço dos ativos no Brasil. Portanto, não é surpresa que o Ibovespa tenha caído e o dólar subido como consequência do nervosismo que tomou conta do mercado financeiro internacional nesta terça-feira. Este impacto pode ficar mais forte caso realmente se prove que outros mercados europeus também passem a sofrer do contágio grego. Caso a situação fuja do controle na Europa, dificilmente o mercado escapará de uma realização mais significativa.



No entanto, o cenário mais provável - de que a crise seja contida sem colocar em jogo a estabilidade do euro – pode não ser tão desfavorável ao Brasil no médio e longo prazo. Como ocorrido nas crises anteriores, o país pode, assim que o mercado mostrar mais tranquilidade, seguir recebendo fluxo de investidores estrangeiros, estes cada vez com menos opções para diversificar ao redor do mundo.



Mas uma coisa é certa: a volatilidade veio para ficar.

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