MERCADO LIVRE

quarta-feira, 10 de março de 2010

KEPL3

safra 2009/2010 caminha para ser a maior da história, apesar de o sexto levantamento de produção divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento indicar até agora uma colheita de 143,95 milhões de toneladas. "Estamos chegando no recorde nacional com grande possibilidade de ultrapassar essa marca", disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. A Conab prevê que a colheita possa superar em até 6,5% o volume do ano passado.

De acordo com a Conab, a maior safra da história foi no ciclo 2007/2008, quando foram colhidas 144,1 milhões de toneladas. Stephanes destacou a produção de milho, que deve registrar crescimento expressivo da produtividade. Ele enfatizou também o comportamento da produção de arroz, que recebeu incrementos na projeção atual da Conab. Apesar de a soja não ter sido tão enfatizada pelo ministro, sua colheita deverá ser recorde, conforme expectativa indicada desde o primeiro levantamento da Conab em outubro do ano passado.

Stephanes comentou que os dados do IBGE para a safra de grãos, também ontem, já contam com uma produção histórica de 145,1 milhões de toneladas. A grande diferença entre os dois levantamentos, de acordo com ele, é em relação às expectativas para milho e arroz. Pelo IBGE, a safra 2010 deverá somar 145,1 milhões de toneladas. A estimativa é 1,2% maior do que a relativa a janeiro (143,4 milhões de toneladas) e projeta uma safra, este ano, 8,5% superior do que a colhida no ano passado, de 133,8 milhões de toneladas. A área a ser colhida na safra atual, de 47,9 milhões de hectares, registra um aumento de 1,5% ante a safra anterior (47,2 milhões de hectares).

O ministro salientou que a Conab tem como perfil apresentar previsões mais conservadoras que o IBGE, mas que não há como dizer neste momento que uma das metodologias esteja errada. "Tem havido preocupação constante em se harmonizar dados e metodologias da Conab com o IBGE", afirmou. "As instituições chegaram a diferenças muito pequenas e naturais, com desvio de 0,6%, que pode estar relacionado com a diferença da interpretação de dados", continuou.

A Conab interpreta, segundo o ministro, que as colheitas realizadas em plantios mais atrasados não repetirão o resultado de produtividade do cultivo em períodos normais. Já o IBGE tem apostado nas condições climáticas favoráveis para a manutenção da produtividade. "Em princípio, os dois lados têm razão, e em mais dois levantamentos teremos garantias melhores", disse.
Para o IBGE, clima e investimentos favorecerão a alta de 8,5%

O gerente de agricultura do IBGE, Mauro Andreazzi, acredita que as boas condições climáticas e o aumento dos investimentos em insumos agrícolas vão assegurar as elevações nas projeções para a safra 2010. O instituto projeta uma produção de 145,1 milhões de toneladas no ano, com alta de 1,2% em relação à projeção de janeiro. Se confirmada a estimativa para a safra 2010, a produção total será 8,5% maior do que no ano passado (133,8 milhões de toneladas).

Segundo Andreazzi, o clima tem sido mais favorável para a produção agrícola do que no ano passado, tanto que o milho, por exemplo, que terá redução de área plantada de 4,1% nesta safra ante a anterior, apresentará um aumento na colheita estimado em 2,6%. "Apesar da redução de área que ocorreu por causa dos preços desfavoráveis para o produto, o aumento do rendimento vai garantir a alta da safra do milho", disse. De acordo com o gerente, o acréscimo de produtividade nessa cultura reflete, sobretudo, o clima favorável, mas também mais investimentos no campo.

"Ano passado tivemos crise econômica, incertezas e queda de preços, o que tornou o cenário desfavorável para os produtores agrícolas, mas este ano, com melhoria do clima e mais confiança, com mais investimentos, teremos uma safra bem melhor", observou. Andreazzi admite que novas revisões para cima nas projeções para a safra 2010 poderão ocorrer nos próximos meses, mas adiantou que, para que a colheita deste ano possa superar o recorde anterior, terão que ocorrer expansões significativas em culturas como trigo e milho na segunda safra.

"Um aumento na safra desses produtos vai depender de preços e condições climáticas, é preciso esperar", observou.

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