MERCADO LIVRE

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

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Governo federal tem R$ 241,7 bi de fundos de pensão para despejar na economia
 
Paulo Paiva - Estado de Minas


O governo federal tem, em mãos, um canhão de R$ 241,7 bilhões (valores de julho) pronto para disparar na direção desejada pelo comando do Palácio do Planalto. Este montante equivale ao total de investimentos em ações e ativos dos oito principais fundos de pensão ligados às empresas estatais da União, cujo comando está, em boa parte, nas mãos de sindicatos simpáticos ao PT. O principal deles é a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil (BB), com R$ 129,3 bilhões. Ao todo, a bolada de R$ 241,7 bilhões equivale a mais da metade do total de investimentos dos quase 300 fundos de pensão do país, estimados em R$ 460 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Fundos de Previdência Privada (Abrapp). Representa, também, quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, estimado em R$ 2,6 trilhões.

A força dos fundos e sua importância na economia brasileira estão por trás do projeto político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua estratégia de eleger, como sucessora, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff – e explicam, também, boa parte das recentes críticas disparadas pelo Planalto contra Roger Agnelli, presidente da Vale, maior mineradora do país e uma das principais do mundo. O projeto de Lula e Dilma contempla um Estado cada vez mais forte, centralizador e com mais poder de decisão nos rumos e no planejamento da economia nacional, com a criação de novas estatais no setor de energia (como a Petro-Sal), telecomunicações (Telebrás) e um Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pronto para apoiar a formação de grandes conglomerados genuinamente verde-amarelos.

O caso da Vale é emblemático. A Previ é a maior controladora individual da Vale, com 58% de participação na Valepar (holding que controla a mineradora). Somadas, as participações da Previ, Funcef (o fundo dos funcionários da Caixa) e BNDES dariam ao governo o controle sobre a mineradora. Ocorre que um acordo de acionistas ainda em vigor estabelece que o controle cabe ao Banco Bradesco, que detém 21,2% da empresa. O acordo expira ano que vem.

Voo solo

Foi o Bradesco quem colocou Agnelli na presidência da mineradora. E o executivo vem tocando a Vale como empresa privada, com investimentos em praticamente todo o planeta, como África, Austrália, Colômbia, Indonésia, Noruega e Canadá. O governo gostaria de ver a Vale construindo, sozinha, uma siderúrgica para fabricar aço no Brasil, deixando um pouco de lado os investimentos no exterior. A Vale já participa, como sócia de empresas estrangeiras, de empreendimentos siderúrgicos de grande porte em andamento no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará e Pará – mas o governo gostaria de vê-la em voo solo neste setor.

Um dos motivos é que, com a Vale nas mãos, o governo deteria o controle de uma vasta cadeia produtiva, que vai do petróleo e gás (Petrobras), energia elétrica e nuclear (Furnas, Eletrobrás e Eletronuclear) e crédito (BB, Caixa e BNDES). Com a mineradora, o governo teria aço mais barato para alimentar os projetos do pré-sal e amplo controle sobre a malha ferroviária brasileira, com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que liga o Nordeste e Minas ao Espírito Santo, e a Ferrovia Vitória-a-Minas. A Vale detém ainda ferrovias no Norte do país e participação na MRS, que liga Minas a portos do Rio e de São Paulo.

A Previ também está presente no capital de uma série de grande empresas brasileiras, como Petrobras, Banco do Brasil, Ambev, ItaúUnibanco, Embraer, Bradesco, Neoenergia, Usiminas, Arcelor, Paranapanema, Perdigão e ALL Logística. “Mas a Vale e o BB é que são estratégicas para o projeto do governo”, resume uma fonte do mercado acionário, que vem acompanhado o caso Lula/Vale.

O poder estratégico dos fundos já começa a chamar a atenção de alguns cardeais do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “No Brasil, os fundos de pensão não são apenas acionistas, mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas. Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido do governo e para eles atraindo sócios privados privados privilegiados. Eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições”, disse FHC em artigo publicado no Estado de Minas.

Ocorre que este é exatamente o projeto de Lula: manter um Estado forte, que possa recuperar o planejamento de investimentos, tal como fizeram Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e os governos militares. E esse projeto tem defensores.

Empresas e generais

“Os fundos, sobretudo depois das privatizações, assumiram relevância sem precedente na história do mercado de capitais no país. Trata-se de investidores institucionais de importância crescente que afetaram, irreversivelmente, a estrutura acionária do capitalismo no Brasil. Influem nas decisões de investimento em setores estratégicos, principalmente os investimentos de longo prazo. E é bom que seja assim. Como dizia Lord Keynes, as decisões de investir são muito estratégicas para a sociedade para ser deixadas apenas para as empresas, assim como a guerra é muito importante para ser deixada somente nas mãos dos generais”, diz o economista Carlos Sidnei Coutinho, ex-professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e atual consultor do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais.

“O capitalismo atingiu um patamar no Brasil em que os setores estratégicos para o futuro da economia brasileira (energia, mineração, meio ambiente, tecnologia de ponta, segurança, biotecnologia) já são considerados negócios de Estado, e não mais negócios apenas da iniciativa privada”, completa.

Os fundos parecem cientes disso. Funcep e Petros (funcionários da Petrobras), por exemplo, já declararam interesse em adquirir a participação da Construtora Camargo Correa no projeto da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, e uma fatia do trem-bala que ligará o Rio a São Paulo. Ambos são considerados estratégicos para o governo – que, por sinal, acaba de elevar de 50% para 70% o volume de recursos que os fundos podem investir em renda variável (ações). A Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) já declarou que existem três grandes projetos à espera dos fundos: a hidrelétrica de Belo Monte (Pará), o trem-bala e as sondas de perfuração da Petrobras.

Por fim, os fundos e os investimentos poderão desempenhar papel importante nas eleições presidenciais do ano que vem: o de cabos eleitorais. “O que temos ouvido é que Lula levantou polêmica com a Vale para criticar sua privatização, realizada no governo do PSDB. Ele quer mostrar e deixar claro para a população a diferença entre o governo dele e o dos tucanos. Quer mostrar que, se a Vale não tivesse sido privatizada e continuasse nas mãos do Estado, poderia estar investindo mais no Brasil, em vez de investir no exterior”, diz um empresário mineiro. É briga de cachorro grande.

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_4/2009/11/09/em_noticia_interna,id_sessao=4&id_noticia=135178/em_noticia_interna.shtml

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