MERCADO LIVRE

domingo, 1 de novembro de 2009

SNSY5 - Estudem Crédito de Carbono

O verde que dá lucro

Finalmente as empresas brasileiras estão lucrando com a venda de créditos de carbono. E podem ganhar ainda mais nos próximos anos.

As empresas brasileiras, enfim, aprenderam a ganhar dinheiro com os créditos de carbono, espécie de moeda ambiental trocada por projetos que promovam a redução da emissão de gás carbono na atmosfera. A Suzano Papel e Celulose vendeu por US$ 100 mil, em junho deste ano, os créditos adquiridos com a não emissão de 25 mil toneladas de carbono. "Sabemos que esse será um dos negócios mais lucrativos no futuro", diz Luiz Cornacchioni, diretor de relações institucionais da Suzano.

O valor poderia ser maior. Isso porque esses créditos foram provenientes de florestas nativas. As vendas resultadas dessa modalidade não são negociadas nas bolsas de valores credenciadas pela ONU. Por isso, esses créditos são vendidos a preços baixos até dez vezes menores, em mercados voluntários, como a Bolsa do Clima de Chicago. Em breve isso pode mudar.

Na 15ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a ser realizada em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, o governo brasileiro irá propor que esses créditos sejam negociados nas bolsas credenciadas pela ONU. Se isso acontecer, tanto o País quanto as empresas brasileiras que mantêm áreas preservadas podem multiplicar seus ganhos com as não emissões.

"Apenas em 2008, as vendas de carbono feitas pelo Brasil somaram US$ 20,8 milhões", afirma Maurik Jehee, superintendente das vendas de crédito de carbono do Santander Brasil. "Se as florestas do País pudessem ser vendidas nas bolsas certificadas pela ONU, esse número subiria para US$ 350 milhões ao ano", completa Jehee. Segundo Bracelpa, Associação Brasileira de Celulose e Papel, apenas o setor de papel e celulose é capaz de gerar atualmente 42 milhões de toneladas de crédito de carbono. A mudança chegaria num momento especial para as empresas brasileiras. O motivo: depois de anos, elas começam a ganhar dinheiro com a venda de créditos de carbono.

Para se ter uma ideia, o Brasil é hoje o terceiro país que mais apresenta projetos de não emissão à ONU, atrás da China e da Índia, respectivamente. Esses processos evitaram que, em 2008, 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono fossem jogadas no ar pelas companhias e algumas, finalmente, já começam a lucrar com isso.

Uma delas é a fabricante de papel e celulose International Paper, que realizou sua primeira venda de créditos no ano passado. Com a troca de energia combustível por limpa em uma das fábricas, a empresa deixou de emitir 211 mil toneladas de gás. Conclusão: os créditos foram vendidos por US$ 1,2 milhão na bolsa de valores de Chicago, nos EUA. Mais 78 mil toneladas deverão ser comercializadas no próximo ano.

"Estamos investindo em outras formas de redução porque queremos ganhar muito mais com isso", afirma Robson Laprovitera, gerente florestal da International Paper. Se por enquanto os créditos emitidos por preservação de florestas têm de ser vendidos apenas em bolsas voluntárias, os provenientes de outros processos podem ser comercializados diretamente para empresas estrangeiras. Foi o que fez a siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão.

A companhia recebeu em setembro o primeiro pagamento da venda que fez ao banco alemão KFW de 213 mil toneladas de gás deixados de emitir. Só nesta negociação, a Arcelor faturou e 2,6 milhões e a intenção é poluir menos para lucrar muito mais nos próximos anos. Um outro lote de 100 mil toneladas está sendo auditado para ser vendido ainda este ano. "Nas vendas diretas para empresas, a vantagem é que conseguimos barganhar preços melhores", diz Luiz Antonio Rossi, gerente de meio ambiente.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/630/artigo155091-1.htm

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MS discute uso da biodigestão na agroindústria e nas cidades

São Gabriel do Oeste, cidade localizada a aproximadamente 130 km ao norte de Campo Grande (MS), será sede do workshop “Aproveitamento Múltiplo da Biodigestão na Agroindústria e Cidades”, no dia 16 de novembro. O evento terá o objetivo de avaliar o estágio da tecnologia de biodigestores e obter subsídios para a elaboração de um programa de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação e incentivar o aproveitamento múltiplo da biodigestão na cadeia produtiva agropecuária, esgotos urbanos e energia renovável.

A iniciativa é do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) e da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Prefeitura de São Gabriel está apoiando a realização.

A ideia é definir estratégias para tornar a biodigestão uma tecnologia amplamente difundida no país. São Gabriel do Oeste foi escolhido porque o município tem expandido a produção de carne suína e vem buscando soluções inteligentes para tornar sustentável a cadeia produtiva agropecuária.

O pesquisador Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, explicou que a cidade abate cerca de mil suínos por dia. Atualmente, a lavagem das granjas é feita com água do aquífero Guarani. Projeto do MCT e da Embrapa desenvolvido no local pretende estimular o uso de água da chuva para a limpeza.

A busca pela sustentabilidade passa também pela queima do gás metano e sua transformação em créditos de carbono. Ivan afirmou que o metano aquece a atmosfera 21 vezes mais do que o gás carbônico. “Esse processo de queima diminui o impacto da atividade no aquecimento global”, disse.

Além dessas medidas, o efluente das granjas que passa pelo biodigestor tem uma carga orgânica dez vezes menor. Projeto da Embrapa Pantanal e MCT no município avalia o volume de biofertilizante gerado que pode ser aplicado na fertirrigação de capim Tífton (consumido por gado de corte ou leite). A pesquisa avalia resultados e impactos deste produto nas plantas, no solo, nos corpos de água e na atmosfera.

Caso seja viável o uso do biofertilizante nas lavouras de milho, por exemplo, aumentará a sustentabilidade ambiental dos grãos que serão utilizados na fábrica de ração da parceria do projeto, a Cooasgo (Cooperativa Aropecuária de São Gabriel do Oeste).

O trabalho desenvolvido em São Gabriel do Oeste inclui ainda as possibilidades de se incluir os biofertilizantes dos biodigestores na integração lavoura-pecuária, sistemas agroflorestais, além da Geração Distribuída de energia (geração de energia elétrica e/ou térmica de forma descentralizada, próxima ao local de uso economizando os custos de produção, transmissão e distribuição de eletricidade).

“A finalidade é otimizar o uso de insumos e fechar o ciclo de nutrientes por meio da transformação de externaldiades ambientais em insumos agrícolas de elevada qualidade. Os restos do sistema produtivo retornam à cadeia produtiva e são reaproveitados, em vez de serem despejados na natureza”, explicou o pesquisador.

Todo esse trabalho que está pesquisando o reaproveitamento de resíduos em cadeias agropecuárias integradas , pode ser adaptado para a área urbana, com os dejetos de humanos processados em ETEs (Estações de Tratamento de Efluentes).

Na Embrapa Pantanal, sete pesquisadores estão envolvidos com este projeto. O evento que conta com a participação de pesquisadores de excelência de centros de pesquisa e universidades será na Câmara de São Gabriel e tem alcance nacional. Confira abaixo a programação:



9h00 – Abertura

9h30 – Sustentabilidade da cadeia produtiva agropecuária
em São Gabriel do Oeste (João Antonio Rodrigues de
Almeida, COOASGO)

10h00 – Estado da arte da biodigestão e créditos de carbono
(Jorge de Lucas Junior, Unesp Jaboticabal)

10h30 – Intervalo

11h00 – Resíduos de biodigestores como insumo em
sistemas integrados de produção (Luis Antonio Lucchesi,
UFPR)

11h30 – Almoço

14h00 – Inovações tecnológicas na gestão de resíduos
urbanos e agropecuários (Camilo Freddy Mendoza Morejon,
Unioeste)

14h30 – Eletrônica e automação a serviço da agroindústria
(Lucas Prado Lone, Maxwell Bohr)

15h00 – Intervalo

15h30 – Estado da arte de motogeradores e motobombas
movidas a biogás (Marcelo Maeda, Retificadora Centro Sul)
16h00 – Avanços e possibilidades da Geração Distribuída de
energia elétrica com biodigestores e outras fontes de energia
(Alexandre Rasi Aoki, LACTEC)

16h30 – Plenária aberta para discussões sobre gargalos e
avanços necessários

17h00 - Encerramento





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