Empresa estatal vai regular oferta e preço de banda larga
07/10/09
O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, afirmou hoje que a empresa estatal de telecomunicações que deverá ser criada pelo governo irá, na prática, atuar como reguladora de mercado tanto no que se refere à oferta de infraestrutura quanto no preço, balizando, assim, as operadoras privadas. "Recentemente um posto do INSS de Campina Grande, na Paraíba, foi inaugurado sem a conectividade porque a Embratel, que ganhou a licitação para o oferecer o serviço, não conseguiu contratar o link da Oi", exemplificou o secretário para demonstrar que, mesmo em uma cidade grande, não há infraestrutura de banda larga disponível.
Segundo ele, a estatal de banda larga não só irá disponibilizar a infraestrutura para qualquer provedor, como também terá preço mais barato do que os ofertados hoje pelas empresas privadas de telecomunicaçoes. " Qualquer que seja a modelagem aprovada, o governo só ganha com essa discussão. Como exemplo, antes as concessionárias queriam cobrar R$ 6 bilhões para conectarem as escolas, mas acabaram interligando de graça", observou.
Telebrás
Na avaliação de Santanna, a Telebrás (e não o Serpro) é a empresa que tem o melhor perfil para tocar esse projeto. Ele acredita que a nova empresa irá precisar de no máximo 300 a 500 empregados para prestar o serviço ao governo. Assinalou ainda que, depois do aumento de capital realizado pelo governo - que repassou mais R$ 250 milhões para a Telebrás -, a União passou a deter 98% do capital da empresa. "O restante das ações está muito pulverizado, e não interfere no controle ", assinalou.
Conforme as suas contas, com a economia que o governo irá fazer ao passar a utilizar essa rede para os seus próprios serviços de telecomunicações - ele afirmou que o governo gasta mais de R$ 800 milhões por ano com telefonia e dados - ele poderá ampliar a infraestrutura, que será aberta na ponta para que os pequenos provedores possam prestar o serviço. "Na verdade, esta empresa será uma ofertante de links para o governo e quem mais se interessar", completou.
Com essa economia, e mais algum recurso orçamentário, o secretário acredita que se consegue investir na capilaridade dessa rede para chegar a 4.437 municípios brasileiros em poucos anos. "Hoje, as concessionárias cobram preços mais altos onde não tem competição. E as celulares não liberam o acesso aos sites para impedir que o cliente faça a Voz sobre IP. Mas o mundo mudou. As atuais operadoras têm o seu modelo de negócios baseado na distância, enquanto a convergência traz o preço para a oferta de capacidade", concluiu.
Fonte: Tele Síntese
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